A história das Termas da Curia começa como a de muitas outras estâncias termais. Começa por uma nascente, que jorrava água borbulhante diretamente da terra, e pela sabedoria popular, que descobriu, empiricamente, as suas propriedades curativas. Nesta história também tem um papel importante um engenheiro francês, ao dar um contributo decisivo para que a Curia se tornasse uma das Termas mais conhecidas na região Centro e em Portugal.
A origem do nome
Ainda hoje não há certezas sobre a origem do nome Curia. Alguns investigadores defendem que terá uma origem romana. Os romanos designariam a zona onde se situa hoje a Curia, perto da via que ligava as importantes cidades de Bracara (Braga) e Olissipo (Lisboa), de “Aquae Curiva”, a “água que cura”, tendo a expressão evoluído com o tempo para Curia. Outros autores põem a hipótese, também relacionada com as águas, de que Curia seria o feminino do étimo árabe Corim. Luís Navega, médico a quem se deve o desenvolvimento inicial das termas, defendeu uma tese alternativa, a de que a palavra Curia derivaria de “curaria”, relacionada com o curtimento do linho, uma vez que existia uma plantação de linho na zona.
O que se pode afirmar com segurança é que o primeiro registo da localidade surge já na segunda metade do século XIX e deve-se às qualidades terapêuticas das suas águas.

A cura do engenheiro francês
Em 1863, um engenheiro francês de nome La Chapelle integrava a equipa de técnicos que dirigiam as obras ferroviárias da Linha do Norte, entre Lisboa e Porto. Desafortunadamente, padecia de uma doença de pele, que lhe causava feridas numa perna e que não conseguia debelar. Chegou-lhe ao conhecimento que moradores nas povoações da zona onde hoje é a Curia, no concelho da Anadia, costumavam banhar-se numa nascente de água, com cheiro intenso, a qual teria poder curativo, especialmente para doenças da pele e dos ossos. Sem nada a perder, La Chapelle experimentou o tratamento. Em boa hora o fez, pois ficou curado com os banhos.