As Caldas da Rainha são um caso singular no panorama termal, não só português como mundial. Foi aqui que nasceu, em 1485, o hospital termal mais antigo do mundo: são 535 anos de uma História riquíssima, que começa com uma viagem de uma rainha.
Reza a lenda que, nos idos de 1484, passou por estas terras a comitiva da rainha D. Leonor, esposa de el-rei D. João II, em trânsito de Óbidos para a Batalha. No sítio onde se viriam a erguer as Caldas, viu pessoas a banharem-se em águas fumegantes, de cheiro forte, que brotavam de uma fonte. Intrigada, quis saber a que se devia o banho, atividade pouco habitual naqueles tempos, ficando a saber que eram doentes que encontravam alívio e cura naquelas águas.
D. Leonor, que também padecia de uma enfermidade, quis comprovar o poder terapêutico das águas, tendo registado melhoras. Convencida, a rainha decidiu criar melhores condições para os enfermos e, no ano seguinte, ordenou a construção de um hospital naquelas terras, que pertenciam à Casa das Rainhas desde 1281. Para servir o hospital, a soberana concedeu foral à povoação que se formou em seu redor, na altura com 30 moradores, sendo-lhes concedidos vários privilégios, como isenção de impostos.
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